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Lunes, 30 de Abril de 2007 12:51 |
O Estado de São Paulo, 28/04/07
http://www.estado.
com.br/editorias /2007/04/ 28/eco-1. 93.4.20070428. 41.1.xml?
Lula e Kirchner discutem energia
Em Buenos Aires, presidentes acertam reunião em Brasília para avaliar
alternativas, como o etanol
Ariel Palacios e Marina Guimarães
Os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Néstor Kirchner analisaram
ontem em
um breve encontro em Buenos Aires os problemas energéticos regionais e
suas
eventuais soluções. Poucos minutos antes de embarcar no avião
presidencial rumo
ao Brasil, Lula disse que no dia 15 de maio será realizada em Brasília
uma
reunião bilateral para avaliar as várias possibilidade energéticas,
'entre elas
o etanol, a energia hidrelétrica, a nuclear e até a eólica'.
Segundo Lula, tanto ele como Kirchner possuem 'a certeza' de que ambos
os
governos precisam 'discutir a situação energética com mais
profundidade' . Lula
afirmou que o Brasil e a Argentina ainda não exploraram 'o potencial
que temos
para trabalhar'. Segundo ele, o desenvolvimento de várias fontes de
energia é
importante 'para que os dois países possam aumentar sua independência
no setor
energético'.
O presidente negou que ele e Kirchner tenham avaliado a resistência do
presidente da Venezuela, Hugo Chávez, ao desenvolvimento de
biocombustíveis na
América do Sul. 'Não falamos de Venezuela nem de etanol. Até porque a
política
do etanol existe no Brasil há 30 anos. E é uma política que cresceu.'
Segundo
Lula, o Brasil estará na vanguarda ecológica, já que 'o mundo, para
cumprir o
Protocolo de Kyoto, terá que despoluir os combustíveis existentes.
Portanto,
precisará misturar etanol ou outro tipo de biocombustível. É questão de
tempo.'
Lula minimizou as críticas que Chávez fez recentemente aos
biocombustíveis,
recordando que a Venezuela 'é um comprador do etanol brasileiro.
Recentemente
comprou três navios carregados de etanol. Além disso, quer fazer um
contrato de
longo prazo para importar o produto.'
O presidente destacou que 'o Brasil não quer uma política de etanol só
para o
Brasil. O que queremos é que na discussão do biocombustível pensemos
como
desenvolver os países mais pobres da América Latina e também do
continente
africano. Possivelmente, a agroenergia possa permitir que países que há
300 anos
são pobres conquistem um pouco de dignidade econômica.'
O governo Kirchner está começando a se interessar pela alternativa do
biocombustível, já que suas reservas de gás e petróleo começam a
mostrar sinais
de queda. Nos últimos três anos, com um custo político e econômico
elevado,
Kirchner tentou driblar de várias formas a crise energética argentina.
BANCO DO SUL
O polêmico Banco do Sul foi outro dos assuntos presentes na mesa de
discussões
entre Lula e Kirchner. Lançada pelo presidente Chávez, respaldada
enfaticamente
pelo governo boliviano e apoiada por Kirchner, a instituição é encarada
com
ceticismo no Brasil, Uruguai e Paraguai.
'É preciso discutir qual a finalidade desse banco; ou seja, se é um
banco de
financiamento, qual será a participação dos países, e como será essa
participação. Para criar um banco, a gente precisa de uma instituição
de muita
credibilidade' , enfatizou Lula.
Lula sustentou que a criação dessa entidade financeira de grande
magnitude só
será possível 'se forem resolvidas todas as divergências políticas
sobre o
banco'.
O presidente disse que o Brasil 'não terá problema algum em fazer parte
do Banco
do Sul se o ministro da Fazenda, Guido Mantega, voltar da reunião de
ministros
da Fazenda (que será realizada) em Quito (no dia 3 de maio) convencido
de que o
banco pode ajudar a América do Sul. Mesmo porque o Brasil já participa
da
Corporação Andina de Fomento (CAF) e tem o BNDES'.
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Folha de São Paulo, 28/04/07
http://www1.
folha.uol. com.br/fsp/ brasil/fc2804200 702.htm
Leonardo Wen/Folha Imagem
O presidente Lula após encontro com o presidente e a primeira-dama da
Argentina, Néstor Kirchner e Cristina, ontem, em Olivos
Na Argentina, Lula apóia Kirchner em ano eleitoral
Brasileiro anuncia cooperação energética com vizinho, ameaçado por
crise no
setor
Presidente posa para foto com colega argentino e mulher, ambos possíveis
candidatos na eleição que acontece em outubro
BRUNO LIMA
DE BUENOS AIRES
A seis meses das eleições presidenciais argentinas, o presidente Luiz
Inácio
Lula da Silva, anunciou em Buenos Aires que o Brasil reforçará sua
aliança de
cooperação energética com a Argentina para que os dois países tenham
mais
independência na produção de energia.
Lula citou interesse em parcerias em energia hidrelétrica, nuclear,
termelétrica, biodiesel e até em energia eólica. "Temos clareza de que
é preciso
discutir com mais profundidade a situação energética do nosso
continente e
sobretudo a relação energética de Brasil e Argentina. Ainda não
exploramos o
potencial que temos."
Foi um forte gesto político de Lula em apoio ao presidente argentino
Néstor
Kirchner, que enfrenta um cenário interno de ameaça de crise energética
por
falta de investimentos.
O presidente classificou o tema como o mais importante em sua visita à
Argentina
e disse que esse será o assunto de uma reunião de uma comissão
bilateral de
energia em Brasília, no dia próximo dia 15. Devem participar os
ministros Silas
Rondeau (Minas e Energia) e o argentino Julio De Vido (Planejamento e
Infra-estrutura) .
Segundo o chanceler Celso Amorim, único ministro que acompanhou o
presidente a
Buenos Aires, os dois governos colocarão em marcha uma estratégia comum
para a
produção de biocombustíveis e também trabalharão na integração de
outras fontes
energéticas.
Nas 17 horas em que Lula permaneceu na Argentina, no entanto, ao
contrário do
que foi feito no Chile com relação à produção do etanol, não foi
assinado nenhum
acordo.
"Também decidimos que vamos trabalhar com muito mais carinho essa
história das
alianças entre os dois países", declarou Lula, para quem a relação
entre Brasil
e Argentina "vive seu melhor momento histórico". "Vamos poder ser
exemplo de
aliança política para a nossa relação com a União Européia e com a
Organização
Mundial do Comércio", afirmou.
No início da tarde, Lula, Kirchner e a primeira-dama argentina, Cristina
Fernández de Kirchner, juntaram as mãos no pátio da residência
presidencial de
Olivos (Grande Buenos Aires) para posar para fotógrafos e câmeras de
TV. A
imagem somou-se ao apoio declarado por Lula nesta semana à continuidade
do atual
governo argentino, seja com Kirchner ou com Cristina no comando.
Segundo Lula, a conversa com Kirchner foi "política" e estava na agenda
há muito
tempo. "Tanto o presidente Kirchner quanto eu estamos convencidos da
importância
do reforço da relação bilateral."
Ao ser questionado sobre a eleição argentina, Lula disse que já havia
expressado
sua opinião à imprensa argentina.
Em entrevista publicada na quinta-feira pelos três principais diários
argentinos
-"Clarín", "La Nación" e "Página/ 12"-, Lula declarou que Kirchner é
"uma bênção
extraordinária" para a Argentina e classificou a continuidade do
governo do
colega argentino como "extremamente importante para a integração
regional".
Kirchner ainda não anunciou se tentará a reeleição. O argentino faz
mistério com
a eventual indicação da primeira-dama, que também é senadora, como
candidata.
Lula também afirmou que o Brasil não terá problemas em participar do
Banco do
Sul depois que ficar definida a finalidade do banco e a participação de
cada
país e se ficar claro que haverá benefícios para a região.
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